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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vira-lata passa por terapia com células-tronco

Bichos - NOTÍCIAS - Vira-lata passa por terapia com células-tronco

Teste de terapia em São Paulo pode virar alternativa para cães e gatos em estado terminal. Entenda como funciona

- 13/12/2010 - 16:44
Marcos Camargo
Paciente zero: o vira-lata Nego foi o primeiro animal a passar pela terapia com células-tronco para tratar uma aplasia medular
Aos dois anos de idade, Nego era um vira-lata de pelo preto felpudo (daí seu nome) brincalhão e irriquieto. Por isso, sua dona, a corretora imobiliária Patrícia Barbosa, de 29 anos, estranhou ao vê-lo sem apetite e recolhido aos cantos. Exames feitos no fim do ano passado revelaram uma aplasia medular, ou “doença do carrapato”, condição gerada por um parasita que interrompe a produção de células sanguíneas pela medula óssea. Seis meses de tratamentos e transfusões de sangue depois, o futuro não era promissor para Nego. Foi quando sua veterinária soube que o hospital veterinário Sena Madureira iniciaria os testes com células-tronco. “Não tinha mais para onde correr. Se não fosse por isso, ele não estaria mais aqui”, diz Patrícia. Hoje, é possível esbarrar com o vira-lata ao lado da dona em suas caminhadas pelas ruas de Itapecerica da Serra.

Nego foi o primeiro paciente de uma terapia inédita no país. Células-tronco são como peças curingas de nosso corpo: em embriões, elas se transformam em todas as outras células que compõem órgãos, ossos, nervos, vasos, músculos e sangue. Graças a essa versatilidade e à capacidade de se multiplicar infinitamente, elas também ajudam na renovação de organismos adultos. Daí seu potencial para recuperar lesões e doenças crônicas. O uso terapêutico foi cogitado no início do século XX, mas as evidências de que funcionaria só vieram a partir dos anos 1960.

Os tratamentos emperraram na polêmica da obtenção dessas células. A coleta feita no primeiro estágio de desenvolvimento de um embrião o destrói, o que gera protestos de religiosos e conservadores. Os cientistas contornaram esse obstáculo ao encontrar essas células também em tecidos adultos, como a gordura. Em outubro, mais de um século depois de sua descoberta, as células-tronco embrionárias humanas começaram a ser testadas como tratamento. “Ainda há muitas questões abertas, porque há muitos tipos de células-tronco. É preciso entender qual é o melhor para qual doença, o melhor jeito de aplicá-las no organismo, como evitar rejeição”, diz Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano.

Alheia à polêmica, a terapia celular veterinária avançou bastante, graças aos testes em animais. Tratamentos de cães e gatos com problemas ortopédicos e de articulação são realizados nos Estados Unidos desde 2008 e custam em torno de US$ 3 mil. “Na veterinária, não há transplante, pois há muita rejeição de órgãos. Esse tipo de terapia pode ser uma alternativa”, diz Mário Marcondes, diretor clínico do hospital veterinário Sena Madureira.

Desde maio, o hospital faz triagem de animais para testar o uso de células-tronco como tratamento para doenças cardíacas, insuficiência renal, lesões na coluna e aplasia medular, em parceria com a empresa de biotecnologia CellVet. Mas só para bichos em estado terminal e que já tenham feito todos os tratamentos possíveis. Ao todo, 80 animais serão submetidos aos testes. O animal aprovado passa por três sessões mensais, em que são injetados 2 bilhões de células-tronco. Uma vez em contato com o tecido danificado do organismo do animal, as células podem vir a promover sua recuperação.

Após as aplicações, o paciente é avaliado a cada 15 dias, por seis meses, por uma equipe multidisciplinar de 30 pessoas. O tratamento ainda é experimental e, por isso, gratuito. Não há garantia de um bom resultado. Mas os primeiros testes se mostram promissores. “Já temos algumas reações positivas, mas precisamos avaliar por mais tempo para ter certeza de que houve recuperação completa”, afirma Marcondes. Nego é um bom exemplo disso.


Ilustrações: Gabriel Lora
CÉLULAS SALVADORAS
Entenda como funciona a terapia celular para animais

1. Gordura e dentes de leite de cães e gatos são doados a um laboratório, que extrai as células-tronco* desses materiais. Essas células são preparadas (para garantir que não virem tumores), multiplicadas e congeladas
2. Cães e gatos com lesão vertebral, deficiência renal ou doença cardíaca passam por uma triagem. É preciso ter tentado todos os tratamentos convencionais possíveis sem sucesso
3. Os animais têm 2 bilhões de células-tronco injetados sobre o órgão doente. Essas sessões são realizadas uma vez por mês, durante três meses
4. Em contato com o tecido danificado, as células-tronco se transformam nas células que compõem o órgão doente e o regeneram
5. Os pacientes são examinados a cada 15 dias por seis meses para avaliar sua qualidade de vida e acompanhar a evolução de sua saúde

*O QUE SÃO: são células primitivas produzidas no desenvolvimento do organismo. Pelo processo conhecido como diferenciação, dão origem às células complexas de nossos órgãos, ossos, nervos, músculos e sangue. São encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos como gordura e medula óssea

Dionísio Dias Comida brilhante
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hosp. vet. sena madureira » Rua Sena Madureira, 898, Vila Mariana, tel. 5572-8778

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